Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!
Fernando Pessoa
Hoje acordei com Pessoa... na verdade não dormi. A noite tornou-se minha companheira, companheira cruel, diga-se de passagem, dura, dolorosa, desumana...
Seu silêncio grita comigo, briga, faz bagunça no meu Eu. Insuportável ficar diante dela... ou de mim.
Quero fugir mas a rua está vazia, quero outra companhia mas todos dormem, quero acalento mas o vento desviou seu caminho. Não consigo ver a lua, as estrelas... rolo na cama que parece imensa, impede os meus sonhos, me cansa...
Levanto, procuro afazeres, ela (a noite) não permite, não existe ocupações depois que ela chega... livros, revistas, geladeira... o tempo não ajuda, está aliado a ela.
O telefone podia tocar, alguém que como eu não conseguindo dormir liga pra dizer - oi, não consegue dormir? quer conversar um pouco?
Apagar mensagens do celular, fazer palavras cruzadas, ler mais um capítulo do livro que está na cabeceira... pra que? Seu silêncio invade-me e consome todos os espaços... Sou sua refém. Não a quero, preciso ser feliz... O que fazer?
Vai amanhecer... Saudade do que ainda está por vir...